sábado, 25 de outubro de 2008

Formação made in SLM

Aconteça o que acontecer o guarda-redes Hugo Pinheiro já reservou para si um lugar de destaque na edição deste ano da Taça de Portugal. Os três penáltis defendidos nas duas eliminatórias em que o Fátima participou colocam-no no lote restrito dos especialistas na matéria. Mas, no último domingo, o habitual suplente de Nené fez ainda melhor diante do Feirense, após a igualdade a um golo no final do prolongamento. Para além da grande penalidade defendida, foi também chamado a bater o segundo pontapé da sua equipa. Rapidamente, veio à memória uma das imagens mais marcantes do Euro’2004, quando Ricardo pediu para converter o penálti decisivo frente à Inglaterra. Tal como o então guarda-redes do Sporting, Hugo Pinheiro não desperdiçou a oportunidade e colocou a bola no fundo das redes, perante a surpresa de todos, ou talvez não. De facto, o guardião confessa que o hábito de marcar e defender penáltis “já vem de cedo”, desde os tempos do SL Marinha, e que “já no Rio Maior tinha sido chamado a marcar”, sempre em séries de desempate. Segundo parece, o treinador Rui Vitória é conhecedor das qualidades do jogador já que na eliminatória anterior, em Coimbrões, “era para bater o quinto penálti, mas já não foi preciso, porque defendi dois remates da equipa adversária”. A “frieza” com que aborda estes momentos parece ser a chave do sucesso, já que nos treinos, admite, “brinco com a bola, mas não costumo ensaiar a marcação de penáltis”. Hugo Pinheiro, que depois de ter representado o SL Marinha, Marinhense, Portomosense, Rio Maior e o Caldas chegou este ano a Fátima, afirma que não existem segredos, quer na cobrança, quer na defesa de grandes penalidades. “Tudo depende da sorte e atenção a todos os gestos do adversário”. No domingo, ao ver que a bola tinha entrado na baliza de Hélder Godinho, sentiu “um grande alívio”, logo ele que não gosta de ver os colegas a marcarem grandes penalidades, virando as costas para o relvado. “Talvez por superstição, mas a verdade é que fico mais calmo se não olhar”, conta.

Mário Rui Nicolau (www.regiaodeleiria.pt)

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